24 de outubro de 2010

O mouro

Nem sempre tudo foi calmo em Etéria, na verdade nunca é. Fora os seres mágicos cruzando o caminho, príncipes desgovernados sempre vem de encontro com essa princesinha travestida de guerreira.

Um dia estava eu, linda, loira e poderosa quando pelo meu caminho passou o mouro. Nada pensei, nada dei por ele, nada acreditei. Era apenas um mouro, um mouro dos mais convencidos que já conheci e eu acreditei que meu poder do universo, espada em punhos, NUNCA - eu disse NUNCA - qualquer coisa que o mouro fizesse me atingiria.

Pois bem.... o mouro me atingiu. Ainda hoje não sei como caí do Ventania.

O mouro me enfeitiçou, e com uma força e de uma forma, que eu ainda não sei bem como, mas sei o porque. Foi uma crise, foi um capricho, ele fez porque queria provar para si que podia, que ele podia ter uma princesa do universo em mãos. E teve.

Por alguns meses eu fui dele, e ele meu (ok... vá lá), foram momentos lindos em Etéria, de mar, de música, de filmes, de comida, de samba (em Etéria rolam uns pagodes alucinantes), de amor (ok... vá lá). Tudo lindo, tudo maravilhoso, tudo tão e tão que sinceramente, a princesa aqui, poderosa, do fundo do universo (Etéria fica bem pertinho do fim do universo, para localizar os desavisados), começou a achar que o mouro era o PRINCÍPE que iria governar Etéria ao lado dela para sempre.

Porém.... (sempre tem um porém) o mouro acordou um dia lindo, moreno, encantador como sempre e decidiu que sua crise de idade havia acabado. Claro que não sem antes sumir por alguns meses, basear a relação em telefonemas e declarações (falsas) de amor.

O que toda princesa do poder deveria saber é que se um homem some é porque ele não quer mais. Porém (como eu disse anteriormente sempre há um) mulheres adultas, loiras e lindas esperam no mínimo que um cara adulto seja capaz de terminar um relacionamento intenso ou não com palavras e não com sumiço. Ainda mais se o ser desprovido de sanidade te convencer de que né, você está vendo cabelo em ovo.

Dito isto, continuemos...

A pessoa terminou, acabou, foi-se... e eu, apesar de na hora achar que não, sobrevivi. Vivinha estou e vivendo idem. Doeu, dói ainda um cadinho, porque nenhuma mulher - quanto mais uma princesa - gosta de ser rejeitada. Chorei, esperneei, e depois de 1 ano e meio sem ele (fisicamente) aprendi.

A quantidade de vezes que terei que me reconstruir não sei, mas creio que a gente se torna mais poderosa depois de cada queda. Há uns meses atrás o vi, o encontrei, e ele se comportou como se nunca tivesse feito juras de amor nos nossos momentos mais íntimos. Hoje eu sei bem quem ele é, o mentiroso que ele foi sempre, e pouco acredito que cada palavra de amor a mim dita tenha sido verdadeira.

Em Etéria eu também caí do cavalo, mas hoje eu sou outra, diferente, maior, mais segura de mim, e vai ver é por isso que tenho seguido sozinha.

Nenhum comentário: